Contabilidade

Noções de Contabilidade – Guia Básico

A Contabilidade é a ciência que estuda e interpreta o patrimônio de pessoas e de organizações. Não apenas contadores utilizam os conceitos contábeis, por exemplo, uma dona de casa ou um empresário podem no seu cotidiano utilizar conceitos de contabilidade para diversos fins. Por isso, é necessário que pessoas com diferentes formações tenham conhecimentos dos conceitos básicos de contabilidade. Neste estudo, vamos expor de forma simples e resumida vários conceitos básicos de contabilidade para que pessoas não contadoras possam entender e conhecer melhor as noções básicas de contabilidade.

O que é Contabilidade?

A definição mais comum para contabilidade é: é a ciência que estuda a variação patrimonial (quantitativo/qualitativo) de uma entidade (pessoa física/ pessoa jurídica).

O objetivo da contabilidade é registrar, informar, analisar e interpretar as mudanças dos bens, direitos e obrigações (patrimônio) da entidade.

Saiba mais.

É a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica (Hilário Franco).

O que é Exercício Social?

O exercício social de uma entidade é estabelecido no contrato social. É exigido que o período seja de doze meses, porém não é obrigatório por lei iniciar em uma data específica. Isso quer dizer que de acordo com as necessidades administrativas da entidade, os sócios poderão definir no contrato social qualquer data para que seja iniciado o exercício social.

Lei 6.404/76, art. 175: O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto.

Por exemplo, pode-se estabelecer que o início do exercício social seja em 20 de agosto. Assim sendo, o fim deste exercício será no dia 19 de agosto do ano seguinte. No entanto o mais comum é que o exercício social se inicie no dia 01 de janeiro e se encerre no dia 31 de dezembro do mesmo ano.

Ter o exercício social iniciando em 01 de janeiro e encerrando em 31 de dezembro, dentro do mesmo ano, facilita a elaboração das demonstrações contábeis, pois conforme é determinado pela legislação tributária, essas demonstrações devem ser elaboradas dentro deste período.

Quais os tipos de Sociedades e suas Obrigações?

Sociedade é a união de duas ou mais pessoas com um fim específico. A união de pessoas com conhecimentos e interesses em comum, faz com que haja fortalecimento e um bom resultado do negócio, pois cada sócio passa a se organizar de acordo com suas tarefas e responsabilidades.

O tipo de sociedade deve ser descrita no Contrato Social da entidade, que é um documento oficial que apresenta todas as normas, regras e informações relevantes da entidade.

Entre os principais tipos de sociedade podemos citar:

  • Sociedade Simples A sociedade simples é utilizada por profissionais prestadores de serviços ou de cooperativas. Por exemplo, um contador formado pode abrir uma sociedade simples, desde que tenha o registro de classe (CRC). O registro deve ocorrer no Cartório e Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
  • Sociedade Limitada As sociedades limitadas (LTDA) são registradas nas Juntas Comerciais por dois ou mais sócios. Os sócios, e/ou outras empresas, são as pessoas físicas/jurídicas que investem dinheiro na empresa e são responsáveis pelos pagamentos das obrigações de acordo com o montante de capital investido.
  • Sociedade em Nome Coletivo Nesse tipo de sociedade, todos os sócios todos os sócios são solidários e respondem pelas dívidas de forma ilimitada. A formação desse tipo de sociedade é exclusiva para pessoas físicas, não podendo ter a participação de pessoas jurídicas.
  • Sociedade em Comandita Simples Este tipo de sociedade é caracterizado por ter dois tipos de sócios (Sócios comanditários e sócios comanditados). Os sócios comanditários, não participam da administração da empresa, respondendo apenas pela integralização das quotas subscritas, tendo assim responsabilidade limitada. Os sócios comanditados, são responsáveis pela administração da empresa, tendo participação ilimitada, devendo saldar as obrigações contraídas pela sociedade.
  • Sociedade Comandita por Ações Este tipo de sociedade é caracterizado por ter o capital da sociedade dividido por ações, de forma semelhante à sociedade anônima, porém os acionistas respondem de forma limitada, respondendo apenas pelo preço de suas ações adquiridas. Já os administradores da sociedade, tem responsabilidade ilimitada, devendo saldar as obrigações contraídas pela sociedade.
  • Sociedade Anônima Esse tipo de sociedade, tem seu capital social dividido por ações, sendo de capital aberto ou fechado. Os lucros desse tipo de sociedade são distribuídos aos acionistas proporcionalmente ao número de cotas de cada acionista. A responsabilidade dos acionistas será limitada ao valor das ações subscritas ou adquiridas.
    • De Capital Aberto É um tipo de sociedade, fiscalizada no Brasil pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que obtém recursos de pessoas físicas (trader, investidores, etc)  ou jurídicas (bancos, corretoras, etc) através das bolsas de valores.
    • De Capital Fechado Possui a entrada de capital fechado apenas para quem já é acionista da sociedade.
  • Sociedade Cooperativa É uma associação de pessoas com interesses comuns, organizados através de assembleias democráticas para execução de serviços de acordo com a finalidade da entidade. Os membros deste tipo de sociedade são conhecidos como cooperados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários dos serviços.
  • Sociedade de Advogados Este tipo de sociedade é caracterizado por ter um ou mais sócios, exclusivamente advogados. Todos os sócios devem ter registro no Conselho Regional da OAB e seguir todas as regras para este tipo de sociedade.

Quais as Funções da Contabilidade?

Toda empresa necessita ter um serviço de contabilidade. Esse serviço pode ser próprio, tendo contadores internos à empresa (funcionários) ou externo através da contratação de uma empresa de serviços contábeis. A contabilidade tem como principal função: receber, administrar e processar os dados financeiros e econômicos da empresa. De posse desses dados, a contabilidade pode realizar o análise e gerar as demonstrações financeiras (relatórios).

As funções contábeis podem ser divididas em função econômica (lucro) e função administrativa (patrimônio). Com a apresentação dos resultados dos relatórios contábeis aos administradores da empresa, podem ser tomadas decisões importantes como a capacidade de passivos financeiros da entidade, aumento ou redução da produção, venda de ativos, descontos, redução/aumento custos, etc.

A informação contábil gerada pelo setor contábil não necessariamente é utilizada apenas pelos administradores da entidade (usuários internos). Existem usuários externos à empresa que também tem interesse nessas informações, por exemplo:

  • Acionistas, investidores: analisam os riscos da entidade e os retornos financeiros prováveis que poderão ser obtidos com a compra ou venda de ações.
  • Fornecedores: analisam a capacidade de pagamento à prazo da entidade.
  • Bancos: analisam a capacidade de pagamento de créditos financeiros.
  • Governo, fisco: analisam a tributação devida e a tributação paga pela entidade para determinar se os tributos foram pagos corretamente.

O que é Patrimônio?

É comum se definir patrimônio como sendo: conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou entidade jurídica. Em suma, realmente podemos definir que o patrimônio são as partes que compõem o balanço patrimonial da entidade, o ativo (conjunto de bens e direitos), o passivo (obrigações) e patrimônio líquido (obrigações).

Quais os Princípios da Contabilidade?

Os princípios contábeis são conjuntos de regras, normas e conceitos que definem como a contabilidade deve ser aplicada. Esses princípios são importantes para que haja uma padronização das informações contábeis e que demonstrações de diferentes entidades possam ser comparadas, inclusive de países diferentes.

Existem seis princípios da contabilidade:

  1. Princípio da entidade: o patrimônio da entidade é da própria entidade. Não devem os administradores usar recursos da entidade para pagamentos de despesas pessoais, pois não deve ser confundido o patrimônio pessoal com o da entidade. “O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição” (CFC 750/93, art. 4).
  2. Princípio da continuidade: ao avaliar ou realizar lançamentos contábeis para geração de relatórios é necessário sempre considerar que a empresa existirá no futuro, desde que haja uma evidência muito clara em contrário. É provável que quando alguém abra um negócio, a intenção é que este permaneça por tempo indeterminado.
  3. Princípio da oportunidade: este princípio está ligado às características qualitativas fundamentais (relevância e representação fidedigna), pois pelo princípio da oportunidade, as variações patrimoniais devem ser registradas de maneira tempestiva e integras, ou seja, imediatamente e de forma integral de acordo com os fatos.
  4. Princípio do registro pelo valor original: todos lançamentos devem registrados pelo valor original da transação e na moeda do país onde a empresa se situa, mesmo que a transação seja feita com outros países.
  5. Princípio da competência: o lançamento contábil deve ser realizado no momento em que o fato gerador for realizado, independente de haver o pagamento ou recebimento confirmado.
  6. Princípio da prudência: quando após a mensuração de um Ativo ou Passivo, houver dúvidas ou várias alternativas sobre o valor real desse componente, se for do Ativo deve ser registrado pelo menor valor obtido e for do Passivo pelo maior valor. Isso evitará supervalorização do Ativo ou subvalorizarão do Passivo.

O que é Balanço Patrimonial (BP)?

O Balanço Patrimonial é uma demonstração obrigatória para todos os tipos de entidades. Tem como objetivo mostrar a posição financeira e patrimonial da organização ao final de cada exercício social. Apresenta os resultados dividindo-os em três categorias: bens, direitos e obrigações.

De acordo com o art. 178 da Lei nº 6.404/76, as contas do Balanço patrimonial são classificadas:

No Ativo, as contas são dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez dos elementos nela registrados, sendo agrupadas em:

  • Ativo circulante;
  • Ativo realizável a longo prazo, ou não circulante;
  • Ativo permanente, dividido em investimentos, Ativo imobilizado e Ativo diferido.

No Passivo, as contas são dispostas em ordem decrescente de exigibilidade dos elementos nele registrados, sendo agrupados em:

  • Passivo circulante;
  • Passivo exigível a longo prazo, ou não circulante;
  • Resultados de exercícios futuros;
  • Patrimônio líquido, dividido em capital social, reserva de capital, reservas de avaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.

O que é DRE (Demonstração do Resultado do Exercício)?

Essa demonstração apresenta a composição dos resultados da empresa em determinado período. Se este resultado for positivo, houve lucro e se for negativo, houve prejuízo.

A DRE segue basicamente o seguinte estrutura:

DRE
Receitas
(-) Custos
(-) Despesas
(=) Resultados

A Lei nº 6.404 de 15 de Dezembro de 1976, dispõe sobre as Sociedades por Ações:
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
§ 3º), somente depois de realizado poderá ser computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações.
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

O que é Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)?

A DLPA é uma demonstração que complementa o BP e a DRE, pois analisa as mutações patrimoniais da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” do Patrimônio líquido, evidenciando o aumento do lucro ou do prejuízo acumulado.

A DLPA é um demonstrativo entre o saldo inicial e o final do lucro/prejuízo da empresa para o período definido. Deve-se constar nesse relatório:

  • Saldo inicial e final do lucro/prejuízo ajustados do período analisado;
  • Pagamento de dividendos;
  • Mutações patrimoniais que alterem o lucro/prejuízo da entidade.

DLPA

Saldo anterior de lucros acumulados – R$ 10.000,00
(+) Lucro líquido (exercício 2xxx) – R$ 6.500,00
(-) Dividendos distribuídos (ex. 2xxx) – R$ 5.500,00
(=) Saldo final L.A. (ex. 2xxx) – R$ 11.000,00

O que é Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)?

A DMPL é uma demonstração que analisa as movimentações patrimoniais, durante determinado período, das contas existentes dentro do Patrimônio liquido, indicando as causas das movimentações.

O que é Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)?

A Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC – é uma demonstração que apresenta a posição financeira da entidade em determinado momento, detalhando toda entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos) no caixa.

Esta demonstração é obrigatória (Lei nº 11.638/2007) para empresas de Capital Aberto ou com faturamento superior a R$ 2.000.000,00 (Dois milhões de reais).

O Pronunciamento Contábil CPC 03 estabelece a estrutura desta demonstração:

FLUXO DE CAIXA
Atividades Operacionais
(+) Recebimento de venda de produtos
(-) Pagamento de impostos sobre faturamento
(-) Pagamento à fornecedores
(-) Pagamento de salários
(-) Pagamento de impostos e encargos
(-) Pagamento de custos indiretos
(-) Pagamento de juros
(-) Pagamento de despesas operacionais
(=) Subtotal
Atividades de Investimentos
(+) Recebimento de vendas de Ativo Imobilizado
(-) Pagamento de compras de Ativo Imobilizado
(=) Subtotal
Atividades de Financiamento
(+) Captação de empréstimos
(+) Aportes de capital
(-) Amortização de empréstimos
(-) Reduções de capital
(-) Pagamento de dividendos
(=) Subtotal
Fluxo de Caixa Total = Atividades Operacionais + Atividades de Investimentos + Atividades de Financiamento

A Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC – Pode ser elaborada de forma Direta, quando é considerado as entradas/saídas brutas, registrando de forma diária, semanal ou mensal. A elaboração pode ser também Indireta, quando as informações são geradas analisando o lucro líquido e seus efeitos sobre o caixa, com informações do Balanço Patrimonial e da DRE.

O que é Demonstração do Valor Adicionado (DVA)?

A Demonstração do Valor AdicionadoDVA – é um demonstrativo que tem como função mensurar o valor da riqueza (lucro) gerada pela entidade em um determinado período. Essa demonstração apresenta detalhadamente todos os elementos que contribuíram para essa geração de riqueza (empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída).

O resultado obtido na Demonstração do Valor AdicionadoDVA – deve ser a diferença entre os custos com produção e o que foi produzido ao final do processo.

Essa demonstração é obrigatória a todas as empresas de capital aberto (Lei 11.638/2007).

Estrutura da Demonstração do Valor AdicionadoDVA:

FLUXO DE CAIXA
Valor Adicionado
(+) Receitas (Receitas brutas de mercadorias, produtos e serviços)
(-) Insumos Adquiridos de Terceiros (Custos e Despesas)
(-) Retenções (Depreciação, amortização e exaustão)
(=) Valor Adicionado Líquido
(+) Valor Adicionado Recebido em Transferência
(=) Valor Adicionado Bruto à Distribuir
Distribuição do Valor Adicionado
1 – Pessoal (Folha de pagamento dos funcionários)
2 – Governo (Impostos, taxas e contribuições)
3 – Financiamentos (Remuneração de Capitais de Terceiros)
4 – Remuneração de Capital Próprio
5 – Retenção de Lucros

O que é Capital de Giro?

Capital de Giro são os recursos financeiros (dinheiro) necessários para que a entidade possa manter-se e garantir que haja continuidade dos negócios da empresa.

Os recursos financeiros que são englobados no Capital de Giro são os valores em caixa, em contas bancárias e de outras fontes que podem ser facilmente convertidas em dinheiro para pagar as dividas da empresa.

Para entendermos melhor como funciona o Capital de Giro, imaginemos a seguinte situação: você comprou mercadorias para uma loja; essa mercadoria é colocada no estoque e nas prateleiras a medida que o produto é vendido; no momento que todo o estoque daquela mercadoria for vendido a entidade passa a ter o retorno financeiro daquela compra de mercadorias. Mas é preciso entender que desde o tempo que foi comprado a mercadoria, até o momento que ela for vendida, houveram muitas despesas incorridas como pagamento das mercadorias e do frete, água, energia, salários, aluguel, etc. O Capital de Giro é justamente o valor financeiro necessário para que a empresa consiga se manter em continuidade enquanto aguarda o retorno do capital investido.

O cálculo do Capital de Giro é muito importante para a continuidade da empresa, pois é necessário haver recursos para financiar clientes (compras a prazo), manter os estoques e garantir o pagamento de fornecedores, impostos, salários, despesas operacionais e outros custos. O administrador precisa analisar os custos diários e o tempo de venda e recebimento dos estoques (Payback) para projetar o valor necessário de Capital de Giro.

O que são Custos?

Custos é um sacrifício financeiro para a produção de bens ou serviços. É preciso entender que os custos são gastos que a entidade realiza até tornar o seu produto pronto para ser comercializado (aquisição ou produção).

Para que um valor entre no custo da mercadoria, é necessário que aquele gasto tenha sido realizado exclusivamente no processo produtivo e que não possa ser desmembrado desse processo. Por exemplo, uma empresa de picolés deverá incluir nos custos de produção a água que foi gasta para produzir o lote de picolés; no entanto, a água consumida nos banheiros da administração não pode ser incluída no custo, pois é algo desmembrado do processo produtivo, e este trata-se de uma despesa.

Exemplos de Custos na Contabilidade:

  • Água (utilizada no processo produtivo);
  • Energia elétrica (utilizada no processo produtivo);
  • Depreciação de Máquinas e Equipamentos;
  • Embalagens;
  • Mão de obra;
  • etc.

O que é Despesa?

Despesas são os gastos com a administração da empresa. As despesas são gastos com o funcionamento da empresa que não podem ser confundidos com os gastos de produção dos produtos ou serviços.

Exemplos de Despesas na Contabilidade

  • Água;
  • Energia elétrica;
  • Internet;
  • Telefone;
  • Material de escritório;
  • Aluguel do prédio;
  • Material de limpeza;
  • etc.

Quais os Regimes Tributários?

No Brasil são três os Regimes Tributários em vigor:

Lucro Presumido

O Lucro Presumido é um regime tributário simplificado, onde há presunção do lucro da empresa no período de recolhimento. Os cálculos são realizados de acordo com as características da empresa, com a aplicação de uma alíquota sobre o seu faturamento bruto para encontrar a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Existe uma tabela apresenta as alíquotas do Lucro Presumido, de acordo com a atividade desenvolvida, que variam entre 1,6% e 32%.

Lucro Real

O Lucro Real tem uma apuração feita com base no lucro líquido auferido no período (3 meses ou 12 meses). É um regime tributário complexo e obrigatório para certos tipos de empresas.

Simples Nacional

O Simples Nacional é um regime tributário para micro e pequenas empresas com um faturamento de até R$ 4.800.000,00 durante o ano. Este regime facilita muito o trabalho de recolhimento de impostos, pois em uma única guia são recolhidos todos os impostos da empresa, como PIS, COFINS, INSS, IPI, ICMS, ISS, CSLL, IRPJ. Incluído dentro do Simples Nacional está o MEI que é destinado à empresas com faturamento de até R$ 81.000,00 (Oitenta e um mil reais) por ano.

Quais os Regimes Contábeis?

Regime Contábil são critérios adotados para a apuração das receitas e despesas da entidade de forma a conseguir obter o resultado do período (Lucro x Prejuízo). Os três critérios adotados são: Regime de Caixa, Regime de Competência e Regime Misto.

Regime de Caixa

No Regime de Caixa, os registros são realizados no momento em que o capital é retirado ou dado entrada no caixa. Nesse regime, toda entrada (recebimentos) ou saídas (pagamento) é registrada dentro do período em que foi realizado. Toda receita / despesa não efetuada, mesmo que já empenhada deve ser lançada no período seguinte, pois deve ser considerado a data do efetivo recebimento ou pagamento, e não a data do fato gerador. Este tipo de regime tem característica financeira e não contábil, pois é um análise bancário das ocorrências.

Regime de Competência

O Regime de Competência tem característica contábil e não financeira, pois todos os fatos contábeis são registrados no momento em que acontecem e não apenas quando ocorre o desembolso ou o recebimento do capital, mesmo que essa saída/entrada ocorra apenas em um período posterior. Exemplo: Se uma empresa faz a compra de insumos no mês de setembro e o pagamento deste será para outubro, pelo regime de competência o lançamento desta compra deve ser realizado em setembro e não no mês de outubro.

Quais as Técnicas Contábeis?

Técnicas contábeis são procedimentos adotados pelos contadores para realizarem os registros das alterações patrimoniais de forma a obterem os resultados pretendidos. existem quatro técnicas contábeis principais:

Escrituração Contábil

Escrituração contábil é técnica utilizada para se fazer os registros dos fatos administrativos do dia a dia da entidade que alteram o patrimônio. Esses registros são realizados em livros próprios (Diário, Razão, Caixa e Contas Correntes) ou em outros livros auxiliares.

Demonstrações Contábeis

As Demonstrações Contábeis são relatórios técnicos de um determinado período que são derivados da escrituração contábil que permitem avaliar a situação econômica e financeira das entidades. As Demonstrações Financeiras mais utilizadas são o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.

Auditoria Contábil

Auditoria Contábil são procedimentos técnicos utilizados para avaliar se as demonstrações contábeis foram elaboradas conforme os Princípios Fundamentais da Contabilidade e de acordo com determinações legais pertinentes.

Análise de balanços

O Análise das Demonstrações Contábeis são metodologias de comparação dos dados das Demonstrações Financeiras com o objetivo de transformar esses dados em informações uteis que demonstrem a situação patrimonial e financeira da empresa.

O que são Atos e Fatos Contábeis?

Os Fatos Contábeis são transações que alteram a situação patrimonial da empresa, podendo alterar ou não a situação líquida desta. Os Atos Contábeis são atividades administrativas, não registradas em livros, apenas em contas de controle.

Conforme a transação, o Fato Contábil pode ser classificado em três grupos: permutativos, modificativos e mistos.

  • Fatos permutativos representam fatos contábeis que não alteram o valor do patrimônio líquido.
  • Os fatos modificativos alteram o patrimônio líquido.
  • Os fatos mistos são permutativos e modificativos ao mesmo tempo.

Qual a função da Contabilidade para a Sociedade?

Desde os primórdios da civilização, o homem utiliza formas de realizar a contabilização do patrimônio. Era um modelo de contabilidade simples, mas que atendia às necessidades do período. Hoje, com a modernização dos procedimentos contábeis e com a influência da era digital, a Contabilidade passou a ter capacidade de gerir e obter informações de forma imediata e assertiva de qualquer tipo de entidade.

A função da Contabilidade não é apenas suprir o governo de informações tributárias, mas tem uma função social de contribuir para o desenvolvimento humano, social, econômico. A Contabilidade auxilia os administradores a cuidar das organizações e desenvolver a economia dando qualidade de vida às pessoas.

Para que essa função seja alcançada, o contador deve trabalhar com ética, responsabilidade profissional e obediência à lei. Todas as informações registradas devem ser fiéis a realidade, pois contador é corresponsável por qualquer ação dolosa praticada.

3 comments

  1. Adorei, toda a informacao acerca de nocoes de contabilidade. Eu fiz o curso ha bastante tempo, mas nuca exerci a funcao. Hoje, tive necessidade de rever alguma materia, uma vez que brevemente terei uma oportunidade de tabalho na minha area de formacao. Dai a necesssidade de fazer um pequeno refresh de allgumas materias, achei muito util a materia aqui disponibilizada por voces! Nota 1000, adorei mesmo. O meu muito obrigado, pretendo continuar a fazer consultas na vosa pagina.

    Obrigado.

    Jorge Allberto Chirindza

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